Entrevista a Sérgio Rodrigues, educador financeiro certificado (CFEI)

O Poupa Pilim entrevista Sérgio Rodrigues, educador financeiro certificado (CFEI) com o propósito de transformar vidas financeiras desde 2020.

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O convidado do Poupa Pilim para esta entrevista chama-se Sérgio Rodrigues e nasceu em 1987, em Lisboa, tendo sido criado nos arredores da mesma cidade. Desde o início de 2020, reside nos arredores do Porto.

A sua formação académica e experiência profissional estão ligadas à gestão, contando com 15 anos de experiência. Ao longo da sua carreira, passou por diversas empresas e cargos, o que lhe permitiu ganhar conhecimento em várias áreas, além de construir uma rede de contatos abrangente.

Apaixonado por viagens, gastronomia, animais e, naturalmente, finanças pessoais, é um tema que acompanha desde 2009, ano em que iniciou a licenciatura em Gestão.

A pandemia da COVID-19 e os desafios que trouxe foram o impulso para iniciar o projeto “Finanças dos 90”, com o objetivo de aumentar a literacia financeira dos portugueses da geração Millennial. No final de 2022, o nome “Finanças dos 90” deu lugar a uma abordagem mais pessoal, sob a sua própria identidade, mas mantendo o mesmo objetivo.

Criou um projeto, sergio-rodrigues.pt, onde procura ajudar todas as pessoas que desejam melhorar a sua situação financeira, mas que não sabem como. A educação financeira é algo ainda pouco presente na sociedade em geral, e acredita que pode contribuir para mudar essa realidade.

Nota: Todos os links necessários de conceitos, páginas ou outro tipo de conteúdos mencionados ao longo da entrevista serão disponibilizados no final da mesma.

Princípios de investimento

Qual é a tua estratégia de investimento? Costumas atualizá-la de tempos em tempos?
A minha estratégia de investimento assenta em duas bases: dividendos e longo prazo. Invisto maioritariamente em ETFs diversificados, aproveitando o crescimento do mercado ao longo dos anos, e complemento com outro tipo de investimentos como ações individuais ou produtos mais tradicionais de poupança conforme o meu perfil de risco e objetivos. O foco está na tranquilidade financeira, e isso significa evitar especulação e investir com um plano bem definido. Sim, ajusto a estratégia quando necessário, mas nunca com base em emoções ou ruído do mercado – apenas quando há mudanças estruturais nos meus objetivos ou na minha situação financeira.

Quais são os sinais que usas para decidir se um investimento vale a pena ou não?
Avalio três aspetos fundamentais: risco, retorno esperado e alinhamento com os meus objetivos financeiros. No caso dos ETF, por exemplo, analiso a diversificação, custos e histórico de desempenho. Tenho também cuidado com a liquidez e o impacto fiscal. Acima de tudo, evito qualquer coisa que prometa retornos elevados sem riscos proporcionais – normalmente, isso é um sinal de alerta e tudo aquilo que eu não entenda.

Erros e lições aprendidas

Já cometeste algum erro importante quando começaste a investir? O que aprendeste com isso?
Sim, claro! Como muita gente, comecei com algumas ilusões sobre ganhos rápidos. No início, fiz investimentos sem uma análise cuidada, apenas porque alguém recomendou ou porque parecia uma boa oportunidade. Aprendi rapidamente que investir sem entender no que estou a pôr o dinheiro é meio caminho andado para perder capital. A partir daí, passei a priorizar a educação financeira antes de tomar qualquer decisão.

Oportunidades de Investimento

Achas que investir em casas ainda vale a pena hoje em dia?
Depende do objetivo. Comprar para habitação própria pode fazer sentido para quem quer estabilidade e não se importa com os custos adicionais. Já para arrendamento, é um tipo de investimento que não sou particular fã, depois de o ter experimentado durante cerca de quatro anos. Ainda assim, há boas oportunidades para quem investe com critério e não entra na euforia. O segredo, como em qualquer outro investimento, diria que está em comprar bem e pensar a longo prazo.

Qual é a melhor maneira de começar a investir com pouco dinheiro?
Para mim, com ETFs. Com poucos euros por mês, já consegues investir em fundos diversificados que podem investir em tudo o que possas imaginar. Além disso, as novas plataformas permitem investir de forma acessível e com baixos custos. O importante é começar cedo, mesmo com pouco – o tempo no mercado faz a diferença.

Para quem está perto da idade da reforma, que investimentos recomendarias?
Na minha opinião, o foco deve estar na preservação do capital e numa estratégia de rendimentos. Produtos de capital garantido, obrigações de empresas sólidas e dividend stocks podem ser boas opções. Além disso, manter uma parte em ETFs defensivos pode ajudar a proteger o património da inflação. O objetivo deve ser encontrar um equilíbrio entre segurança e rentabilidade para manter o poder de compra ao longo dos anos.

Gestão financeira e poupança

Qual foi o livro que mais te ajudou a aprender sobre dinheiro e porquê?
“O Jogo do Dinheiro” do Tony Robbins. É um livro extremamente completo e que aborda o que são, na minha visão, os três pilares das finanças pessoais: mentalidade, orçamento e poupanças/investimentos. Foi um primeiro passo essencial para depois aprofundar conhecimento com livros mais técnicos.

Dicas práticas para melhorar as finanças

Tens alguma dica prática para evitar gastos desnecessários no dia a dia?
Sim: cria regras simples que eliminem decisões impulsivas. Por exemplo, a regra das 24 horas – se sentires vontade de comprar algo, espera um dia antes de o fazer. Muitas vezes, a vontade desaparece e percebes que não precisavas assim tanto. Outra dica é pagar a ti próprio primeiro, ou seja, automatizar uma percentagem dos rendimentos para poupança antes de gastar com outras coisas.

Como definir um objetivo de poupança realista e manter a motivação para alcançá-lo?
O segredo é torná-lo concreto e emocional. Em vez de dizer “quero poupar mais dinheiro”, define um valor e um propósito claro: “Quero poupar 10.000€ em três anos para a entrada de uma casa”. Depois, divide esse objetivo em pequenas metas mensais para torná-lo mais alcançável. A motivação vem de veres o progresso – acompanha o crescimento da tua poupança regularmente e lembra-te do motivo pelo qual estás a poupar.


Foi com um enorme gosto que tive a oportunidade de entrevistar o Sérgio Rodrigues, cujo conhecimento na área das finanças é vasto e é mais um a ajudar a fomentar a literacia financeira em Portugal, onde estamos claramente abaixo da média europeia.

Abaixo, pode consultar as páginas oficiais do nosso entrevistado e ficar a saber um pouco mais sobre ele. Entretanto aproveite para ler outras entrevistas a convidados do Poupa Pilim!

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